Tiros, pedradas e falha em hidrante dificultam trabalho de bombeiros durante incêndio em favela
Cerca de 80% de duas comunidades ficaram totalmente destruídas no Campo Belo
O Batalhão de Choque da Polícia Militar precisou ser acionado para garantir o trabalho em tranquilidade do Corpo de Bombeiros durante o incêndio que atingiu as Favelas do Piolho e da Chácara, no Campo Belo, zona sul de São Paulo, na noite de domingo (7). O coronel Sérgio Moretti, comandante do 1º Grupamento de Bombeiros, que atuou no combate às chamas, relatou que as equipes foram recebidas a pedradas pelos moradores e houve registro de disparos de arma de fogo, cuja autoria não foi identificada.
Diversos moradores reclamavam do isolamento realizado pela PM na área. Eles pediam para ajudar os trabalhos dos bombeiros e também resgatar materiais e objetos de barracos e casas que ainda não haviam sido atingidos pelo fogo. Diante do bloqueio da PM, a resposta era a indignação, como conta o coronel bombeiro Moretti.
— Em um primeiro momento, a comunidade atrapalhou a nossa locomoção. Não é recomendado a ajuda de pessoas em momentos como esse. Elas não têm preparo e podem se transformar em vítimas.
Na rua Cristóvão Pereira, próximo à Roberto Marinho, bombeiros tentavam sem sucesso acionar um hidrante para suprir a necessidade imediata de água.
Moradores protestavam contra a demora no combate às chamas. E chegaram a afirmar que dois caminhões dos bombeiros teriam chegado sem água ao local.
A assessoria de comunicação dos Bombeiros informou que os caminhões não chegaram sem água, mas encontraram dificuldades por ser um local de difícil acesso e por questão de segurança, já que os socorristas foram alvos de tiros. Ainda segundo os Combeiros, outro ponto que atrapalhou o combate às chamas foi a facilidade que o fogo se propagou, já que no local haviam materiais de madeira e também, botijões de gás.
O coronel Moretti negou que houve falta de água.
— Não houve falta d'água. Recorremos a outros hidrantes e também contamos com o auxílio de prédios próximos que nos cederam água.
Assista ao vídeo:
Comentários
Postar um comentário